Hoje decidi contar como e quando esse problema começou a afetar minha vida, tanto fisicamente, quanto psicologicamente.
Fui uma criança que ia ao dentista regularmente, estava naquela época em que meus últimos dentes de leite caiam, eu tinha meados de 9 anos, quando começaram a aparecer os primeiros problemas em relação a minha dentição, eu havia arrancado o incisivo lateral direito, e ele agora estava nascendo no céu da boca, pois meu maxilar superior não tinha espaço para os dentes nascerem da forma correta, a dentista então disse que eu precisaria usar aparelho, mas meus pais não deram tanta atenção assim, era comum as crianças terem os dentes permanentes tortos no início e eles se acertarem um pouco mais tarde, uma pena que isso não aconteceu comigo, até aí minha mandíbula e maxilar não tinham nenhuma anormalidade, mas aos 11 anos as coisas começaram a mudar, comecei a apresentar o quadro de prognatismo, eu fazia a 6a. série do ensino fundamental nessa época, durante toda minha fase escolar sempre fui o mais novo na classe, o que fazia com que facilmente eu fosse alvo de brincadeiras e apelidos, foi quando comecei a receber ofensas com o (queixada, queixão, entre outros), na época eu não me importava muito, era uma fase que a gente não se apegava tanto a aparência, e eu não tinha conhecimento do real problema que estaria por vi.
O ano se passou, e junto com ele minha fase de crescimento modificava meu corpo, fazendo com que no período de 1 ano minha mandíbula ficasse cada vez mais a frente do maxilar, onde eu recebia cada vez mais apelidos e foi assim ate minha oitava série, onde eu já me incomodava bastante, comecei a me sentir estranho e anormal em relação a todo mundo, meus amigos possuíam uma dentição e rosto alinhados normalmente enquanto eu tinha o quadro de prognatismo, e boa parte de meus dentes tortos, aquela fase em que a gente começa a querer paquerar, ter a(o) primeira(o) namoradinho(a), eu também tinha todas essas vontades, mas eu reprimia, porque havia colocado na cabeça que eu era uma pessoa diferente, anormal das outras, e que ninguém ia me querer por isso, ou seja, eu já estava em uma quadro bem avançado de baixa auto-estima e não havia me dado conta, eu tinha em mente que tudo se resolveria com um simples aparelho ortodôntico, não sabia eu que o problema era bem maior que simples dentes tortos.
Cheguei ao ensino médio, já com meus 14 anos, mudei de escola, continuava sendo o mais novo da turma, porém não recebia mais os apelidos, ou chacotas pelo meu queixo, foi quando falei com minha mãe e resolvemos procurar um plano dental, e o fizemos, iniciei tratamento, um período longo que considerei uma verdadeira enrolação, onde se alternava em limpeza nos dentes e sessões de branqueamento, e eu só queria que tudo passasse e eu pudesse por logo o aparelho, e me tornar normal igual todo mundo, e poder sorrir sem medo, sem me sentir diferente. Esse dia chegou e eu estava muito feliz, ia enfim colocar o aparelho após mais de 2 meses só nessa enrolação, fiz todos os procedimentos que pedem, raio-x da arcada dentária, molde, e toda uma avaliação, e quando tudo estava pronto levei no plano para colocarem meu aparelho, foi quando meu mundo desabou, ao entrar na sala da ortodontista recebi a notícia de que não iria adiantar de nada eu colocar aparelho agora, que meu quadro era cirúrgico e eu precisaria me consultar com um cirurgião buco-maxilo, o qual me indicaram. Fiquei com medo, apavorado, fazer cirurgia!!?? Por que??
Fomos a tal cirurgião, lá ele analisou os documentos q eu possuía, raio-x, molde, etc, e começou a explicar o que eu tinha, foi quando eu descobri o quão fundo era meu problema, foi quando ouvi as palavras Prognatismo e cirurgia ortognática, ele disse que eu só poderia iniciar o tratamento aos 21 anos que seria quando minha fase de crescimento se encerraria, disse que eu precisaria arrancar os terceiros molares, pois eles não tinham espaço para nascer e estavam praticamente todos para o lado, até então estava tudo bem, estava disposto a tudo isso, mas quem disse que é tão fácil assim? Veio o valor, o custo da cirurgia era de R$ 15.000,00, e eu fiquei sem chão, pois sabia que meus país não teriam condições de pagar por algo tão caro, e saímos de lá com a promessa de que veríamos como ficaria a situação, eu sem esperanças apesar que minha mãe disse que dariamos um jeito, e nesse dia, eu chorei, chorei porque tinha que me conformar a viver me sentindo anormal, eu tinha a mania de ficar triste as vezes, ao lembrar a vida normal de todos os meus amigos, sem esse tipo de problema pra ter na cabeça sendo tão novo.
O tempo mais uma vez passou, conclui o ensino medio aos 16 anos, não se tinha mais nenhum avanço em relação a tratamento ortodôntico e muito menos a cirurgia, estava conformado, e ia me tornando cada vez alguém mais quieto, mais na minha, pois achava que sempre iriam me julgar por aparência, por esse problema.
Bem, aos 17 ingressei na universidade, minha perspectiva sobre as coisas eram a mesmas do ano interior, eu era alguém anormal, aparentemente falando e que não despertaria interesse em ninguém, e foi assim até meus 21 anos e alguns meses, quando eu decidi fazer algo para mudar a situação em que me encontrava, queria me sentir mais atraente, me sentir melhor de alguma forma, já que eu nao acreditava mais em alguma forma de fazer a cirurgia, entrei em uma academia como forma de suprir um pouco o problema com a auto estima, e foi quando tudo aconteceu sem menos esperar, uma pessoa que nem me conhecia veio a mim e perguntou se eu não faria nada em relação a meus dentes, e eu disse que pretendia, mas que meu caso era cirúrgico, e ela me indicou um cirurgião buco-maxilo que ela conhecia, que se chama Dr. Olavo Houston, me passou os contatos e expliquei meu quadro atual, que nao possuíam condições de custear uma cirurgia nesse valor, pois bem, ele me explicou algumas coisas em relação a valores, e pediu para que eu conseguisse um Plano de Saúde para que pudéssemos prosseguir com o tratamento e por fim a cirurgia, consegui o Plano no local em que trabalho, depois o mesmo pediu que eu fosse a um consultório onde ele trabalha, fui no local onde o cirurgião trabalhava, porém ao chegar lá não o encontrei, mas encontrei um outro cirurgião amigo do Dr. Olavo, o Dr. Autran, conversei o mesmo me indicou um ortodontista, chamado Dr. Luís Fernando, fui ao mesmo que pediu mais uma vez toda aqueles documentos, raio-x, molde, etc, etc. Iniciei enfim meu tratamento ortodôntico em Março de 2013, considerei um presente de aniversário, pois é o mês em que completo ano.
Hoje tenho 1 anos e 8 meses de tratamento ortodôntico, nesse período arranquei os 3 sisos, 2 direitos e 1 esquerdo, e 1 pré-molar direito, e estou a 4 meses de fazer a cirurgia.
Na próxima postagem falarei mais sobre algumas consultas e no que pretendo fazer nesse pré-operatório.
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Oleh
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